Hanns Schimansky

Hanns Schimansky, (1949, Bitterfeld) vive e trabalha em Berlim. É membro da Academia de Artes de Berlim e desde 1998 foi nomeado professor no Art College Berlin-Weissensee.

 

Hanns Schimansky nasceu na Alemanha Oriental e comecou por estudar agronomia. Foi durante este período, enquanto engenheiro agrónomo numa cooperativa agrícola, que começou a desenhar paisagens e retratos. Esse início figurativo lançou as bases de toda a sua obra. A decisão de trabalhar com lápis e tinta da Índia foi motivada pela escassez de materiais disponíveis na zona rural da Alemanha Oriental e pela falta de afinidade pessoal com a tinta e com a tela. No seu desejo de capturar o momento que passa, o artista impacienta-se com a natureza complexa e demorada da pintura.

 

Ao longo dos anos, Hanns Schimansky foi criando uma original poética visual, que se funda num forte posicionamento ético: a escolha voluntária do desenho como prática exclusiva.

 

Técnica e estilisticamente o seu trabalho divide-se em três grupos bem distintos: desenho a grafite sobre papel preparado, dobragem em que a cor vibrante surge como elemento estruturante e desenho a tinta da China aplicada com aparo. Estas "melodias visuais" têm inspirado várias gerações de novos artistas e colecionadores.

 

Considerando os limites da folha em branco, frequentemente preparada e na maior parte dos casos previamente dobrada no sentido vertical e horizontal, o primeiro gesto de desenho consiste em seleccionar o material a combinar com o tipo de superfície: tinta acrílica ou tinta da China aplicada com o pincel ou com o aparo metálico, grafite, pastel, para apenas citar os mais frequentes.

 

Podemos seguir com o olhar a linha exploratória que avança e se espalha como um rizoma através da superfície do papel. Nalguns casos, escutamos virtualmente essa linha visual-acústica que resulta da passagem do aparo metálico, carregado de tinta, na superfície mais ou menos rugosa do papel. O desenho/partitura compõe-se então das marcas deixadas pelo avançar da linha, pelas suas ruturas e pelas suas intermitências.

 

Hanns Schimansky expôs na Europa, entre outros, no Museu Gemeentemuseum Den Haag, Haia, Holanda, na Staatlich Kunstalle de Karlsruhe, no Museu d'art et d'histoire de Neuchâtel, Suíça, no Martin- Gropious-Bau e na Akademie der Künste, ambas em Berlim, Alemanha. A sua obra está representada em várias colecções públicas, tais como o Museu Nacional de Arte Contemporânea de Oslo,  a Berlinische Galerie, o Museu Nacional de Arte Contemporânea de Berlim, a Pinakothek der Modern em Munique ou a Morgan Library & Museum Collection, em Nova Iorque.