Fotografias retratam duas décadas de viagens, do sul da Índia ao estúdio de Anselm Kiefer
Renate Graf expõe The photographer's chronicles: thoughts become images 1992 | 2019, uma obra poética que se descobre a cada imagem
"Eu não sou fotógrafa. As minhas imagens existem para servir um propósito diferente do de qualquer verdadeiro fotógrafo, elas não são completas nem conclusivas. São como linguagem, como sinais apontando para o significado. As imagens são pensamentos mais do que fotografias."
Renate Graf
No próximo dia 12 de Setembro inaugura no Palácio Anjos, em Algés, a primeira exposição em Portugal da fotógrafa austríaca Renate Graf. Com a curadoria de Tiago Feijóo Pinto, é organizada pela pela Rui Freire - Fine Art, em colaboração com a Câmara Municipal de Oeiras. A inauguração conta ainda com a organização de Victoria Fernández e o apoio da Casal Santa Maria. A mostra estará patente ao público até ao (retirar) dia 29 de Dezembro.
The photographer's chronicles: thoughts become images 1992 | 2019 apresenta 180 fotografias, a preto e branco, de 100x150 cm, que dão a conhecer o trabalho de duas décadas de viagens do sul da Índia, passando também por países como Marrocos, Itália, Alemanha, Áustria, onde a artista nasceu, e França, onde viveu. São fotografias poéticas, poderosas e íntimas que propõem algo para além de si mesmas. Falam da possibilidade sustentada pela poesia, inscritas como por vezes estão, com citações de grandes escritores em cuja obra ela está imersa. Retratam as conversas de Renate Graf consigo mesma, a arte e o mundo ao seu redor. São por si só uma linguagem que permite testemunhar as vivências das gentes e do mundo.
Renate Graf viajou por lugares remotos e através da sua câmara procurou seguir na procura da verdade. As suas fotografias impressas através de métodos tradicionais são o testemunho de um mundo, e, segundo a mesma, nunca devem ser vistas como algo completo ou conclusivo. São muito mais do que uma imagem, são uma linguagem por si só, são sinais, têm em si um significado. Renate Graf inspira-se na poesia e na literatura, com Tagore, T. S. Eliot, Edmond Jabès, Paul Valéry ou Hermann Broch, a transmitir-lhe o significado que uma imagem pode ter. A estes adiciona ainda alguns cineastas como Jean-Luc Godard, Werner Herzog, Visconti, Tarkovsky, referindo que "sem literatura, a própria natureza seria vazia para mim".
Se por um lado, vê a percepção humana como a maior conquista da evolução, vê a fotografia como a responsável por captar as evidências mais imediatas da percepção.
De um modo único Renate Graf transforma as imagens em presenças, através do seu olhar singular. Já expõs em países como a Áustria, Alemanha, China, EUA, França, entre outros, integrando importantes coleções internacionais, tanto institucionais como privadas.
The photographer's chronicles: thoughts become images 1992 | 2019, estará patente ao público de 13 de Setembro a 29 de Dezembro no seguinte horário: Terça-feira a Sexta-feira, das 10h00 às 18h00 e Sábados e Domingos, das 12h00 às 18h00. Encerra às Segundas-feiras, feriados e dia 24 de Dezembro.