LoLó Soldevilla: Parisian Collages from 1953 to 1970

Loló Soldevilla: Parisian Collages from 1953 to 1970 reúne um grupo de quarenta e oito colagens produzidas por Loló Soldevilla. As obras de arte foram criadas em Paris, enquanto aí vivia entre 1949 e 1956, ou enviadas por ela a amigos e galeristas, entre 1957 e 1970. As obras apresentadas na exposição cobrem praticamente todo o período criativo da sua vida como artista, até à sua morte súbita em 1971. Todos estes aspectos são explorados em profundidade no ensaio publicado no catálogo que acompanha a exposição. Escrito por Rafael DiazCasas, o texto contextualiza historicamente a obra e dá pistas para uma compreensão mais ampla das colagens de Loló. Em 1957 Loló falou das colagens numa declaração: “As colagens... têm sido uma prática desde épocas remotas - pintores japoneses... utilizaram-nas como testemunho de alegria, transformando-as num jogo pictórico; os contemporâneos fazem-nas para ‘avaliar’ á priori a obra que vão realizar mais tarde. Mas uma ‘colagem’ bem estruturada...está reservada neste século [para] elevar uma arte menor, concedendo-lhe direitos semelhantes a qualquer outra técnica artística...Um elemento cuidadosamente escolhido...pode adquirir sentido plástico se nele infiltrarmos os valores estéticos que moldam no conjunto uma ideia suprema”. O catálogo contém também informações importantes sobre a vida de Loló Soldevilla e inclui documentos de arquivo e ilustrações inéditos.

Dolores Soldevilla Nieto (1901-1971), conhecida como Loló, nasceu em Pinar del Rio, Cuba. A sua família muda-se para Havana em 1912. Desde muito jovem Loló estuda canto, violino e piano, encorajada pela sua mãe, professora de piano. A educação musical que obteve influenciará de modo determinante o seu trabalho artístico. É nomeada Adida Cultural da Républica de Cuba na Europa, em 1948, na sequência do seu envolvimento na vida cultural cubana. Fixa residência em Paris em 1949 com a missão de promover a arte cubana. O dinamismo de Paris no pós-guerra aliciou muitos artistas internacionais, que ali se estabelecem. Logo após ter chegado a Paris, encorajada por Wifredo Lam, que Loló tinha conhecido em Havana em 1944, inscreve-se na Académie de la Grande Chaumière e frequenta os ateliers de Ossip Zadkine e Leopold Kretz, iniciando a sua carreira artística em 1950. Durante o período em que vive em Paris convive e expõe com proeminentes artistas europeus e sul-americanos. Em paralelo, organiza inúmeras exposições centradas na Abstração Cubana do meio do século, como por exemplo a exposição de 1951 intitulada Art Cubain Contemporain apresentada no recentemente inaugurado Musée d’Art Moderne de Paris. De regresso a Cuba, em 1956, tem um papel fundamental enquanto elo entre a avant-garde europeia e os novos representantes da abstração na América Latina.

Rafael DiazCasas é um curador independente radicado em Nova Iorque, crítico de arte e consultor de arte nascido em Havana, Cuba. O seu interesse em arte moderna e contemporânea, leva-o a concentrar-se em artistas latino-americanos e cubanos nascidos em Cuba. Desde 2004, tem pesquisado e escrito sobre abstração em Cuba na segunda metade do século XX, concentrando-se no desenvolvimento da abstração geométrica na ilha desde finais da década de 1930. DiazCasas tem actuado como orador em conferências nas diversas áreas educacionais, em instituições e coleções privadas, entre as quais a School of Visual Arts, New York; o Bildner Center for Western Hemisphere Studies; the City University of New York; e da David Rockefeller Collection, Nova Iorque. Em 2021, foi júri das bolsas de estudo oferecidas pela CINTAS Foundation, Miami. Contribui regularmente com inúmeras revistas de arte, jornais, catálogos e livros, nos Estados Unidos, América Latina e na Europa.