A Galeria Rui Freire – Fine Art apresenta Sobre Papel, 1953 - 2025, uma exposição coletiva que investiga as múltiplas potencialidades do papel enquanto matéria, suporte e território de experimentação artística. Entre inscrição e apagamento, fragilidade e resistência, opacidade e transparência, o papel revela-se aqui não apenas como um meio de registo, mas como um espaço ativo de articulação formal e conceptual.
A exposição reúne obras de Manuel Caldeira, Jean-Charles de Ravenel, Jorge Nesbitt, Pedro Quintas, Roberto Ruspoli, Bruno Castro Santos, Hanns Schimansky, Bela Silva, Vieira da Silva, Loló Soldevilla e Arpad Szenes, contando ainda com a participação especial de Pedro Casqueiro, Daniela Krtsch e Cristina Lamas. Percorrendo um arco temporal de 1953 a 2025, esta seleção de artistas evidencia a plasticidade do papel e a sua capacidade de adaptação a diferentes linguagens, práticas e gestualidades.
Longe de um mero levantamento técnico ou cronológico, Sobre Papel, 1953 - 2025 propõe um percurso que desvenda a maleabilidade deste suporte e as suas sucessivas reconfigurações. Das composições geométricas ao traço intuitivo, da subtileza gráfica ao volume inesperado, as obras apresentadas expandem os limites do papel, integrando processos que o rasgam, dobram, sobrepõem ou desmaterializam.
Ao interrogar a relação entre matéria e conceito, manualidade e construção simbólica, a exposição desafia as noções convencionais do papel enquanto meio de expressão. Neste território de constante transformação, memória e erosão coexistem, estrutura e instabilidade dialogam, e o suporte, longe de ser neutro, assume um papel dinâmico na construção do discurso visual.
Sobre Papel, 1953 - 2025 convida o visitante a experienciar o papel para além da sua fisicalidade, enquanto espaço em mutação contínua, onde gesto e matéria se encontram numa tensão permanente entre permanência e efemeridade.